terça-feira, 23 de outubro de 2018

A Flor Vermelha de Caule Verde!

Bem vindos ao blog! Compartilharei hoje uma valorosa lição para que nós como educadores possamos refletir sobre a maneira pela qual ensinamos nossos alunos, tendo sempre em mente que nossas atitudes refletem em seu futuro.




Conto: Flor vermelha de caule verde! 
Helen Barckley

           Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno e estudava numa grande escola. Mas, quando o menino descobriu que podia ir à escola e, caminhando, passar através da porta ficou feliz. E a escola não parecia mais tão grande quanto antes.
           Certa manhã, quando o menininho estava na aula, a professora disse:
          – Hoje faremos um desenho.
          – Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos e trens. Pegou então sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse:
          – Esperem. Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
          – Agora, disse a professora, desenharemos flores.
          – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar flores com seus lápis cor-de-rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:
          – Esperem. Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com o caule verde. Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse: – Hoje faremos alguma coisa com barro.
          – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todos os tipos de coisas com barro: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse:
         – Esperem. Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos.
         – Agora, disse a professora, faremos um prato. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse:
        – Esperem. Vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo. Assim, disse a professora, podem começar agora.
         O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para seu próprio prato. Ele gostava mais de seu prato do que do da professora. Mas não podia dizer isso. Amassou o seu barro numa grande bola novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo.
         E, muito cedo, o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente como a professora fazia. E, muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si mesmo.
         Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outra cidade, e o menininho teve que ir para outra escola.
        No primeiro dia, ele estava lá. A professora disse:
        – Hoje faremos um desenho.
        – Que bom! Pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse. Ela apenas andava pela sala. Então, veio até ele e falou:
       – Você não quer desenhar?
      – Sim, disse o menininho. O que é que nós vamos fazer?
      – Eu não sei até que você o faça, disse a professora.
      – Como eu posso fazer? Perguntou o menininho.
      – Da mesma maneira que você gostar. Respondeu a professora.
     – De que cor? Perguntou o menininho.
     – Se todos fizerem o mesmo desenho e usarem as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o quê e qual o desenho de cada um?
     – Eu não sei, disse o menininho. E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.